sexta-feira, 29 de julho de 2016

Robert E. McGinnis e o segredo da capa nova

Desde há muito tempo que adoro as capas do Robert McGinnis. Lembro-me da primeira capa (era a capa do livro James Bond - Os diamantes são eternos, de Ian Fleming. Tinha nove anos e lembro-me de terem metido o poster do filme na capa do livro e fiquei confuso porque o enredo dos dois é completamente diferente). Julgava que ele já estivesse reformado há muito tempo.

Há cerca de um ano, a Jennifer Brehl e eu estávamos a conversar. Ela é a minha editora na William Morrow e é uma das melhores pessoas, das mais sensíveis e inteligentes, que conheci na minha vida. Tenho muita sorte em tê-la comigo. Então estávamos a falar de livros de capa mole e como hoje em dia as editoras não os tratam melhor. Disse-lhe que as capas dessas edições costumavam ser lindas, pintadas e transmitiam uma mensagem. Disse-lhe também que tinha imensas saudades das capas dos anos 50, 60 e 70, daquelas que coleccionei e que fui recuperando ao longo do tempo.

De alguma maneira, a conversa levou-me a perguntar se a Harper Collins estaria interessada em publicar alguns dos meus livros de capa mole com belas capas retro. A Jennifer disse que sim, que estariam.

Alguns dias mais tarde, estava na DreamHaven Books, em Minneapolis e reparei numa capa lindíssima de um livro antigo que estava exposto. "Quem é que fez aquilo?" perguntei ao Greg Ketter.

"O Robert McGinnis" respondeu. "Até somos capazes de ter um livro só com ilustrações de McGinis." Mostrou-me o The Art of Robert E. McGinnis e era lindo! Aqui fica a capa:




Fiquei surpreendido com o quão recente o livro era. Tinha sido publicado há uns meses. "Sim" comentou o Greg. "O Robert ainda pinta. Deve ter quase 90 anos."

(Fez 90 anos em Fevereiro de 2016).

Enviei uma mensagem à Jennifer a perguntar se havia alguma hipótese remota de o senhor McGinnis estar interessado em ilustrar as capas das novas edições a editar e ele disse que sim!

Eu estava radiante! O Robert tinha-se reformado e nem sequer tinha contacto de email. Só aceitou porque tinha colaborado com o director artístico da Morrow e estava intrigado com o projeto. O ROBERT MCGINNIS DISSE QUE SIM!

Enviou-nos a primeira ilustração para o American Gods. Estava perfeita. Agora é preciso que tudo para além da capa esteja perfeito.

O Todd Klein, um dos melhores letristas em banda desenhada juntou-se a nós para criar os logos dos livros, ajudar no design e na escolha do tipo de letra para transmitir a ideia que cada livro veio de uma determinada época.

Cada ilustração do McGinnis melhorava em relação à anterior. Os logos e modelos do Todd tornavam-se mais seguros e precisos. Tudo era maravilhoso.

E agora estamos a planear em anunciar estas capas de uma maneira mais planeada e organizada. Não vos vou dizer que livros estão a ser trabalhados nem vos vou mostrar as capas. Bem, só uma.

Só uma porque a nova série de American Gods, da Starz, a estrear em 2017, fez aumentar a procura por mais cópias do livro American Gods. Há pessoas que nunca leram e estão a começar para saberem o que se passa; há pessoas que já leram há muito tempo e deram os livros e querem arranjar novos.

As editoras esgotaram.

Então foram encomendar as novas edições que só deveriam sair daqui a uns meses (já agora, a edição é a Author's Prefered - Preferida pelo autor, caso estejam curiosos).

Então, esta edição com a nova capa irá ser lançada mais cedo do que esperávamos. Amanhã provavelmente estará na Amazon.

Queria que soubessem primeiro por mim. Agora não irão ver as outras capas que o Robert criou tão cedo (posso dizer que cada uma parece ter saído de uma época diferente). E esta é apenas a primeira.

Na minha opinião, e na do Todd, esta capa parece ter saído dos anos 70, mais precisamente 1971,,,

Estão prontos?












Okay...









Aqui vai....










Mal podem esperar para ver as outras.

Primeiro trailer de American Gods


Acabei de regressar da San Diego Comic-Con, mas na verdade nem fui à Comic-Con. Em vez disso estive desde as 8 da manhã até às 11 da noite a ser entrevistado, fotografado, questionado e a andar de carrinha em carrinha. Tive a oportunidade de me apaixonar pelo elenco de American Gods. Já tinha conhecido alguns em Toronto, mas tive agora a oportunidade de falar com os fantásticos actores de Shadow, Mr. Wednesday, Bilquis, Mad Sweeney e Technical Boy. E ainda consegui um abraço da nossa nova actriz que fará de Easter!



São todos adoráveis e tolos. Na direcção do relógio, em baixo à esquerda, Yetide Badaki (Bilquis), Pablo Schrieber (Mad Sweeney), Ricky Whittle (Shadow), Bruce Langley (The Technical Boy) e Ian McShane (Mr Wednesday).

Este é o meu momento favorito: estive no Iate IMDB, numa entrevista com o Kevin Smith, e antes da entrevista começar apontaram-me para uma cama grande e muito branca e queriam que fosse para lá fazer a coisa que mais me dá prazer. Tirei o meu bloco de notas e comecei a escrever...



Terminei o último rascunho de todos os seis guiões do Good Omens (Bons Augúrios) no dia anterior à Comic-Con. Era o último grande projeto que tinha de terminar antes de começar o romance. O que quer dizer que devo começar a escrever um romance em breve...

quarta-feira, 6 de julho de 2016

DOUTOR, DOUTOR!

Aconteceram duas coisas que nunca me tinham acontecido: usei um laço branco e recebi um título honorífico de Doutor em Letras, da Universidade de St. Andrews. Foram todos bastante simpáticos, diverti-me imenso e se a Amanda e o Ash não puderam estar comigo, o nosso amigo Chris Cunningham esteve lá. Mais ou menos por coincidência, os meus primos Abigail e Kezia também. Tivemos excelentes conversas.


Este é o discurso do Chris Jones (embora não o possam ouvir a fazer as Vozes do Good Omens): http://linkis.com/www.st-andrews.ac.uk/SQ7bu



Estou a escrever esta mensagem no Aeroporto de Edimburgo. Vou viajar para Nova Iorque, onde fui convidado para aparecer no programa do Seth Meyers, na quinta-feira à noite.

(Não vivo no Reino Unido há 15 anos que é quando nos retiram o direito ao voto, portanto não posso votar. Mas se pudesse, votaria para Ficar.)

Muitos parabéns ao Chris Riddel que venceu a Kate Greenaway Medal, com o nosso livro The Sleeper and the Spindle. Não é fantástico?

E agora uma Pergunta e Resposta (P & R) do Tumblr que poderá ajudar muitas pessoas:


secretfiri perguntou:
Então, desde há cinco anos que tenho dificuldades em escrever e gostaria de voltar à escrita. Tem alguma sugestão ou conselho?

Põe de parte tempo para escrever. Arruma o telefone. Desliga a Internet. Escreve à mão se quiseres. Pendura um aviso para não incomodarem. O tempo para escrever é sagrado e inviolável.

Durante o tempo de escrita, é este o acordo. Podes escrever ou podes não fazer nada. É permitido não fazer nada. (O que inclui não fazer nada: olhar para as paredes, olhar pelas janelas, olhar para as mãos e pensar profundamente. O que não inclui não fazer nada: arrumar as especiarias por ordem alfabética, abrir o Tumblr, desmontar a caneta, jogar Solitário ou executar um programa de limpeza no computador.)

Podes escolher quanto tempo queres escrever. Uma hora? Duas? Três? Tu é que decides.

Fazer nada consegue ser aborrecido. Portanto é melhor escreveres alguma coisa. (E se escreveres 300 palavras ou uma página por dia, ao fim de um ano terás um romance de 90 000 palavras.)